Ana Luiza Martinelli

O som das batidas do meu coração ecoava alto nos meus ouvidos enquanto atravessava o corredor da UTI pediátrica. Cada passo era uma batalha contra o medo, contra a dor, contra o que me esperava do outro lado daquela porta. As luzes brancas e frias, os sussurros dos enfermeiros, os sons abafados dos monitores... tudo parecia distante, irreal. Como se eu estivesse andando dentro de um pesadelo do qual não conseguia acordar.

A enfermeira que nos acompanhava parou em frente à porta da ala onde meu filho estava internado. Ela sorriu com doçura, mas seus olhos refletiam a compaixão silenciosa de quem já viu pais demais entrarem ali com o coração em frangalhos.

— Vocês têm dez minutos, ok? A visita precisa ser curta para não comprometer o repouso dele.

Assenti em silêncio. Dez minutos. Dez preciosos minutos com meu filho. Talvez os dez minutos mais importantes da minha vida.

Enzo apertou minha mão com delicadeza. Não disse nada, mas o gesto bastava. Havia algo em sua pre