—Somos de Nova York, mas estamos aqui há vinte anos. Desde que nossos filhos se tornaram independentes, sabíamos exatamente para onde queríamos ir. —O senhor Kent falava enquanto a senhora Kent e Chiara enchiam as taças. Fazia meia hora que Daniele tinha ido embora, a contragosto, porque já tinha vários compromissos. O almoço tinha sido ótimo, a senhora Kent cozinhava maravilhosamente e a conversa era agradável.
Duas garrafas de vinho e outra já pela metade, Chiara sorria também, como se cada palavra do senhor Kent tivesse um toque de graça.
—Um dentista e um cirurgião plástico. Eu também queria uma menina, mas isso não é algo que se peça por catálogo. Ou você continua tentando, ou fica com o que a vida já te deu. Eu não quis mais, amava o que fazia e por isso demorei mais; demoramos mais para decidir ter filhos.
—E que tipo de médicos vocês eram?
—Ele, cirurgião cardiotorácico. Eu, cirurgiã vascular.
—Parece uma linda história de amor —comentou Chiara, observando a maneira como se ol