A manhã chegou silenciosa, com uma claridade dourada invadindo o quarto através da fresta da cortina esvoaçante. O aroma doce do incenso ainda pairava no ar, misturado ao frescor salgado da brisa marinha que entrava com suavidade.
Bruna abriu os olhos devagar, demorando alguns segundos até se lembrar onde estava. Sentiu o corpo aquecido, envolto pelo lençol leve e, ao lado, a respiração mansa de Gabi, ainda entregue ao sono.
Sorriu de canto ao perceber que tinham adormecido assim: vestidas, aninhadas uma à outra, como tantas vezes no passado. Gabi estava deitada de lado, um braço solto sobre a cintura de Bruna, o rosto calmo e os cabelos espalhados sobre o travesseiro.
Bruna ficou ali, parada, observando os traços da amiga: as sardas discretas nas bochechas, a curva delicada dos lábios, o jeito como uma mecha rebelde caía sobre a sobrancelha.
Sentiu uma ternura quente crescer no peito.
Afastou-se c