O céu já se tingia de dourado e âmbar quando Bruna saiu de casa. Vestira uma saia longa de tecido leve, que se movia com a brisa, e uma blusa de linho branca, que deixava os ombros expostos e a pele ainda quente do banho. O corpo, mais leve após horas de um trabalho silencioso e prazeroso, caminhava agora pela trilha de areia batida até o restaurante de Jae-Hyun, onde já sabia que ele estaria, entre panelas fumegantes, peixes frescos e os aromas que, para ela, já eram como uma segunda pele.
A vila parecia pulsar em outro ritmo naquela hora: turistas se recolhiam, moradores acendiam lamparinas nas varandas, e o mar sussurrava, mais íntimo, às pedras.
Ao avistar a fachada simples do restaurante — tábuas de madeira, luminárias de conchas, uma rede pendurada num dos pilares —, Bruna sentiu o coração acelerar, não de nervosismo, mas daquela ansiedade doce de quem carrega uma boa notícia.
O som dos talheres, o riso de alguns cli