108. Sonhos ou avisos?

Caroline Hart

O cheiro de terra molhada preencheu minhas narinas antes mesmo de eu abrir os olhos. Era o aroma da floresta úmida, da noite que nunca terminava naquele pedaço do mundo.

Acordei com um pressentimento ruim.

Minha barriga pesava mais a cada dia, e o bebê se movia tanto que parecia ter vida própria. Cada chute era um lembrete: não era só eu que estava mudando. O mundo inteiro girava ao redor dessa criança que ainda nem tinha nome.

Com tanta coisa acontecendo eu não fui capaz de dar um nome ao meu bebê.

Eu me sentia uma péssima mãe.

Abri o celular e recebi uma mensagem de Daniel, automaticamente sorri. Ele estava viajando fora do país, e eu agradecia mentalmente por isso. Eu não sei como daria explicações ao meu padrastro sobre tudo isso.

A casa ainda dormia.

Fechei os olhos. Damon não estava ao meu lado,e eu apenas peguei no sono e não me recordei dele ter voltado para a cama.

Foi quando senti o cheiro de sangue.

Levei um susto — não era real, era memória, era futuro, era
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