Aurora abriu os olhos com um sobressalto. O corpo estava molhado de suor. A pele queimava. Cada músculo tremia como se tivesse acabado de sair de uma batalha.
Mas não havia guerra naquela caverna.
Pelo menos, não do lado de fora.
Do lado de dentro, tudo estava em ruínas.
Ela sentou-se, ofegante, os olhos dourados arregalados. Kai dormia encolhido do lado dela, o rosto sereno. Damon estava a poucos metros, acordado, mas em silêncio, vigiando-a com olhos carregados.
Aurora levou as mãos à cabeça.
E as memórias vieram.
Como golpes. Como mordidas. Como lâminas cravando a mente.
O casamento. A lua mudando de cor. A noite em que ele a tocou com cuidado… só para destruí-la logo depois. Agnes. O beijo roubado. As promessas trocadas no escuro. A gravidez. A esperança. A cachoeira. O ódio. A queda.
— Não… — ela sussurrou, apertando o peito. — Não, não…
Damon se aproximou com cautela.
— Aurora…
— NÃO ME CHAMA ASSIM! — ela gritou, a voz ecoando pelas paredes de pedra. Kai despertou a