A noite chegou com um silêncio incomum. Um daqueles silêncios que antecedem a destruição. O luar brilhou com intensidade no céu, pintando de prata os rostos endurecidos dos guerreiros que estavam prontos para lutar. Aurora, de pé diante de sua alcatéia, era a imagem da força. Seus olhos ardiam como brasas, o corpo coberto por vestes cerimoniais tingidas com sangue de lobo — símbolo do renascimento.
— Hoje... — ela começou, a voz firme. — Hoje nós tomamos o que é nosso. Pela Lua. Pela honra. Pela verdade.
O uivo da líder ecoou alto e longo, reverberando pelas montanhas e pelos corações dos guerreiros. O som foi respondido com dezenas de uivos em uníssono. A guerra havia começado.
As duas alcatéias se encontraram nas bordas da antiga aldeia, que havia sido tomada por Agnes e seus aliados da tribo rival. O fogo já começava a consumir as árvores. Flechas voavam. Garras rasgavam carne. O solo se tornou um tapete de sangue e barro. Era caos. Era guerra. Era o que a Lua havia previsto.
Auror