No ano passado, eu estaria nas nuvens, considerando isso um sinal de que ela estava me aceitando.
Mas eu não usava mais óculos cor-de-rosa. Pude perceber de cara que isso era algo que ela não queria fazer... o que levantava a questão de por que isso estava acontecendo em primeiro lugar.
Por que minha madrasta, que no máximo me tolerava, estava me abraçando agora?
— Seu pai e eu estávamos planejando passar no seu quarto para uma visita. — Ela disse, se afastando de mim com um sorriso quase grotesco e excessivamente radiante. — Precisa de ajuda com isso?
Ela apontou para o saco plástico, e quando balancei a cabeça atordoada, ela se afastou da porta e fez um gesto para que eu entrasse.
Obedeci, e ao cruzar a soleira pensei: Samuel.
Será que Samuel tinha contado à minha família que éramos predestinados enquanto eu estava fora?
Balancei a cabeça. Não. Isso não parecia ser típico dele. Não via como ele poderia passar de não querer dizer nada sobre nós para subitamente anunciar isso à minha f