Isadora Tavares
Quando ele se afastou, o mundo girou ao meu redor.
Uma vadia.
Uma vadia gostosa.
As palavras ainda ardiam nos meus ouvidos — e, para o meu horror, o meu corpo respondia com um calor vergonhoso.
A respiração veio falha, o suor se acumulando sob a nuca.
Meu instinto dizia: corra.
Mas para onde? Para longe dele… ou para os braços dele?
E isso me enojou.
Enojou-me sentir falta da mão dele, da voz dele, daquele maldito olhar que me desmancha.
Fiquei parada, o coração disparado, até sentir a mão de Iago pousar no meu ombro.
— Isa, cadê o… Isa? Você tá pálida. Tá tudo bem?
Forcei um sorriso, o mais convincente que consegui.
— Só me deu uma tontura rápida. Vamos.
Voltamos para casa devagar. O carro parecia mais abafado do que nunca. Cada minuto ao lado de Iago me lembrava o quanto eu tinha me perdido — porque, por dentro, eu continuava lá, no mercado, com Dante, sentindo o gosto da voz dele e a lembrança do seu toque queimando na minha pele.
Chegando em casa, fui direto para o