POV Magnus
A fumaça das tochas parecia mais espessa naquela noite.
Os corredores do castelo estavam abafados, como se a própria pedra temesse o que estava por vir. Eu não falava. Não rugia. Não batia. Não ainda.
O veneno.
No sangue dos meus filhos.
Eles ousaram. Dentro das minhas muralhas. Sob o meu teto. Com meu nome ainda ecoando entre as colunas do trono.
Ousaram tocar no que é meu.
— Quero cada criado interrogado — ordenei aos generais. — Cada ama, cada conselheiro. Ninguém entra. Ninguém sai.
Um dos capitães hesitou.
— E... quanto aos membros do Conselho?
Meus olhos vermelhos fitaram os dele como lâminas em brasa.
— Principalmente os membros do Conselho.
Foi o suficiente.
A força retaliatória foi liberada como um rosnado contido há anos. As celas se encheram. Choro. Gritos. Implorações. Todos alegando inocência. Todos amaldiçoados pela minha desconfiança.
Mas eu queria mais do que sangue.
Eu queria justiça. E queria que doesse.
Não por honra.
Por vingança.
Rael