POV Liah A lua cheia, tingida de vermelho, queimava no céu como sangue fresco derramado pelos deuses. Lá de cima, ela parecia me observar — não com misericórdia, mas com desprezo. A cada passo pela trilha de barro frio, meus pés descalços ardiam, rasgados pelas pedras, pelos espinhos. Mas eu não podia parar. Meu corpo gritava, mas a dor no peito abafava qualquer outro som. Eu corria sem olhar para trás. Se olhasse, ouviria de novo as risadas. As palavras. Os olhos dos outros sobre mim. O vento gelado cortava minha pele como lâminas. O vestido branco de linho, antes limpo, agora grudava na minha pele com a lama, rasgado nos joelhos, sujo de sangue e vergonha. Cada galho que me feria era menos cruel que os rostos que me julgaram. Nada doía mais que a humilhação de ser tratada como nada. Como menos do que nada. Eles riram de mim. Todos eles. As jovens ômegas estavam em fila, como cordeiras enfeitadas para o abate, oferecidas aos Alfas visitantes para uniões políticas. Eu sabia que er
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