POV Sayra
O castelo voltou a respirar, mas os corredores ainda cheiravam a medo.
A bastarda viva.
O povo dividido.
O rei silencioso.
Era o momento perfeito para atacar.
Não com espadas. Não com gritos. Mas com veneno.
Meus espiões já haviam se infiltrado entre as amas das crianças. Uma delas — uma serva muda, de olhos claros e mãos leves — fora comprada semanas antes, antes mesmo da tentativa de execução.
“Espere o sinal. Eles estão sob observação. Ninguém pode suspeitar.”
Hoje, o sinal viria.
Aelyra e Rael seriam servidos com um mel raro, vindo de colméias envenenadas de um vilarejo ao sul. O mel causava um colapso silencioso nos órgãos — parecia doença, não crime. Não deixava rastro. Nenhum cheiro. Nenhum gosto.
> “Se eles morrerem... o povo exigirá outro herdeiro. Um legítimo. Um... meu.”
Sorri para o espelho enquanto a criada arrumava meu cabelo.
— Quero que trançe de forma firme hoje. Real. Majestosa.
— Sim, princesa.
Princesa.
Logo não seria só um