Ecos das Catacumbas
A noite seguinte foi marcada por um silĂȘncio denso, quase ritualĂstico. O tipo de silĂȘncio que antecede revelaçÔes. Ou batalhas.
Caleb manteve-se ao meu lado durante o dia inteiro, como uma sombra submissa e assustada. Rafael, por outro lado, esteve com Zahor em alerta, vigiando o cĂ©u e a movimentação dos anciĂŁos. O nome do traidor ainda era um vĂ©u entre as brumas, mas sabĂamos que ele se revelaria naquela noite.
A lua minguava, e seu brilho pĂĄlido escorria pelas janelas da mansĂŁo como lĂĄgrimas de prata. Ă meia-noite, vesti o manto cerimonial da linhagem das Lunas â um tecido negro cravejado com fios que cintilavam sob a luz da lua, como galĂĄxias secretas.
Rafael tambĂ©m se preparou. Seu traje vinho profundo lhe dava a aparĂȘncia de um deus antigo prestes a julgar o destino do mundo.
Caleb nos guiava em silĂȘncio, os passos leves sobre a terra Ășmida da floresta que rodeava a mansĂŁo. O acesso Ă s catacumbas ficava atrĂĄs de um velho altar, enraizado entre raĂzes e pedras