🌘 Capítulo 41

Prova de Sangue

O uivo que cortou a madrugada não era um aviso comum.

Era um lamento.

Selyra se agitou dentro de mim.

> “Alguém atravessou o véu.

Alguém que carrega a nossa marca… mas não nosso coração.”

Corri até a varanda da torre, e já podia ver as tochas sendo acesas na direção leste.

A neblina rastejava como dedos finos sobre o chão úmido.

E o cheiro…

ferroso.

Cru.

Familiar demais para ser esquecido.

— Mortos? — perguntei a Kael, que já esperava armado na porta.

— Dois sentinelas.

E um símbolo deixado sobre os corpos.

Me vesti em silêncio.

Couro justo, capa escura, lâmina presa à coxa.

Rafael chegou logo depois.

Marco já me esperava montado num dos lobos negros.

— Eles querem nos distrair — disse ele. — Isso é mais do que um ataque.

— É uma provocação.

**

Quando chegamos ao local, os corpos estavam dispostos em um padrão.

Não jogados.

Arranjados.

As mãos cruzadas sobre o peito.

As bocas costuradas com linha vermelha.

E em meio ao sangue seco, um símbolo antigo:

o olho do esquecim
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