O calor da lareira não alcançava a tempestade dentro de Alicia.
Mesmo envolta em cobertores, com uma xícara fumegante nas mãos, ela não conseguia se aquecer. O corpo ainda pulsava com a lembrança da transformação — da força crua, da fúria em sua carne, do instinto que havia tomado o controle.
Ela havia matado.
Mas, mais do que isso, havia despertado algo que não compreendia. Algo que não era totalmente lobo… nem humano.
— Ainda está tremendo? — Thalia sentou-se ao lado dela, oferecendo um segundo cobertor. — Sua energia está instável. O despertar mexe com tudo — mente, corpo… alma.
Alicia balançou a cabeça, os olhos fixos nas chamas.
— Eu me vi de fora, sabe? Por um momento. Como se eu não fosse eu.
Thalia suspirou. — Isso acontece com os que carregam o sangue da Lua. Seu poder não é comum. Nem deveria estar adormecido por tanto tempo. Quando despertou… veio como uma avalanche.
— E minha mãe? — Alicia perguntou, sem rodeios. — Ela também era assim?
Thalia hesitou. Olhou em direção à po