O telefone dele toca novamente. Vou arrumar minhas coisas, mas algo me paralisa por dentro, um frio que sobe pela espinha. É como se estivesse prestes a reviver um pesadelo.
Fico parada, segurando minha malinha, observando Ryan terminar suas ligações. Me permito uma última olhada para a paisagem paradisíaca lá fora: o mar se estendendo até o horizonte, o cheiro salgado no ar, o som das ondas quebrando suavemente na costa. Tudo parece querer me segurar aqui. As coisas boas sempre acabam…
Talvez seja impossível ser bilionário e ter uma vida normal. No fim, é sempre uma questão de escolha.
Me esforço para não deixar transparecer minha decepção. Eu não queria ir embora. Não quero voltar para a realidade e seus pacotes de problemas: a IRS, os inimigos que o atacaram, as mentiras que preciso contar aos meus amigos, as manchetes sensacionalistas… Seria tão mais simples permanecer aqui, apenas olhando o mar e deixando as horas passarem.
Antes que eu alcance meu telefone, Ryan enfim se liberta