No carro, percebo Ryan tenso. Já faz dez minutos que deixamos a casa e ele não desvia os olhos da estrada. O som constante do motor e o rolar dos pneus no asfalto parecem amplificar o silêncio sufocante. Seus dedos se prendem ao volante com tanta força que as veias saltam sob a pele, e a mandíbula cerrada denuncia que algo o incomoda muito mais do que quer admitir. O músculo abaixo da orelha pulsa de forma ritmada, como se cada batida fosse um lembrete da raiva que ele tenta controlar.
Penso em dizer algo para quebrar o clima pesado, mas nada me parece apropriado. O ar dentro do carro parece mais denso a cada segundo, quente demais apesar do ar-condicionado. Então, meu telefone vibra dentro da bolsa, o som abafado, mas insistente, quebrando o silêncio. Olho para Ryan, ele continua impassível, com a postura de quem se recusa a se distrair, e pego o aparelho.
Uma mensagem de Matt:
"Princesa, está uma loucura enorme aqui!! Tem uns caras estranhos! Não tá pegando fogo aí em cima não??"
Ma