O quarto do hospital estava envolto em um silêncio profundo, como se a própria sala estivesse em um estado de espera, aguardando um milagre no qual todos tentavam acreditar.
O único som contínuo que preenchia o ambiente era o pulsar dos aparelhos, o bip compassado que Luchero já conhecia bem — a única prova de que Nicola ainda respirava, como um metrônomo que se recusava a silenciar.
Sentado ao lado da cama, ele segurava a mão de Nicola com ternura, sentindo a frieza de sua pele, um lembrete cruel da fragilidade da vida.
Os fios dos aparelhos serpenteavam sobre o lençol branco, enquanto a luz suave da luminária criava um reflexo dourado sobre o rosto pálido dela, como se o mundo exterior tentasse penetrar naquele espaço estático e trazer esperança àquela situação tão sombria.
De repente, o telefone vibrou na mesinha de apoio, quebrando o silêncio pesado que envolvia o momento.
Luchero hesitou antes de atender, seu olhar preso nos lábio