A noite havia caído quando o advogado Giacomo Ferrari retornou à sala de interrogatório.
O relógio marcava quase oito horas, e o ambiente da delegacia parecia envolto em um ar de exaustão e expectativa.
Chiara estava sentada à mesa, o semblante cansado, o olhar perdido.
Os cabelos, antes impecáveis, caíam em mechas desalinhadas sobre os ombros.
A maquiagem já não disfarçava o abatimento.
O delegado havia encerrado a acariação, e agora ela teria, enfim, um momento a sós com o advogado.
Giacomo fechou a porta devagar, pousando a pasta sobre a mesa.
O som do fecho metálico ecoou no silêncio pesado da sala.
— Senhora Chiara, — começou ele, com voz grave — agora é apenas entre nós dois. Nenhum policial, nenhum repórter, nenhuma câmera. Apenas eu e a senhora.
Ela manteve o olhar fixo no tampo da mesa, sem responder.
O advogado respirou fundo.
— Eu preciso que me diga a verdade. Tudo o que aconteceu. Sem floreios, sem rod