Trinta dias depois, enquanto revisava alguns contratos no escritório de casa, Luchero ouviu o som dos saltos de Chiara ecoando pelo corredor. Ela entrou no ambiente com o celular na mão e o semblante impecável, maquiada como se fosse para um evento, não para uma conversa familiar.
— Luccero, a médica marcou a cesariana — disse, sem rodeios, enquanto digitava algo na tela. —
Vai ser amanhã cedo, às oito. Já está tudo organizado.
Ele levantou o olhar, surpreso.
— Amanhã? — repetiu, incrédulo. —
Mas… por que tão de repente?
Chiara deu de ombros.
— Porque preciso de tempo para me recuperar.
Tenho o desfile de Milão em duas semanas e outro em Paris logo depois.
Preciso estar bem até lá.
As palavras ecoaram na sala como um estalo seco.
Luchero piscou algumas vezes, tentando processar o que acabara de ouvir.
— Chiara… — começou, com a voz baixa, quase rouca. —
Você está me dizendo que marcou o nascimento