CONTINUAÇÃO — NARRAÇÃO DE PETRINA
A dor era intensa, mas Lara estava ali — firme, me ajudando a conter a alma aflita. Só agora, com a mente um pouco mais clara, consegui raciocinar. Levantei-me como uma mulher que encontrou força onde já não havia mais. Pensando bem, essa força nasceu no instante em que soube que Miguel estava vivo.
Enxuguei minhas lágrimas. Lara me observava, ansiosa.
Voltamos para casa. Eu precisava, ao menos, estar apresentável para visitá-lo naquele leito de hospital.
Acho que nunca tomei um banho tão rápido, nunca me vesti com tanta urgência.
Lara e Andrea já me aguardavam na porta. Os rostos tensos, os olhos famintos por notícias. Havia seguranças em volta da casa — Miguel deixara tudo organizado antes de partir. Até isso ele previu: a nossa proteção.
Quando nos aproximamos do carro blindado, ouvi um dos seguranças comentando sobre a viagem à Espanha. Ao menos, não levaria tantas horas...
Antes de entrar no carro, vi uma silhueta emergir da escuridão.
Luna.
Ela