NARRAÇÃO DE LARA GASPAR...
Depois do yakissoba, eu e Andrea arregaçamos as mangas e começamos a faxinar o apartamento. Eu não suporto arrumar nada. Sério. Acho que, em alguma vida passada, fui uma madame cheia de empregados — não é possível! Eu até chorava quando criança, porque a mãe social vivia mandando a gente limpar tudo. Então é isso: meu foco é ganhar na loteria ou abrir um negócio de sucesso. E ficar rica. Quem sabe assim a vida melhora pra mim?
Depois que terminamos, Andrea se jogou no sofá, exausto.
— Eu fico no sofá. — Ri, negando com a cabeça, e segui para o banheiro. Ele pode até não ser fã de banho antes de dormir, mas eu tenho agonia de deitar suada.
Durante o banho, me peguei sorrindo ao tocar minha bochecha. Bastou lembrar daquele beijo. Acredite: a barba dele é deliciosamente cheirosa. Aposto que ele usa produtos pra hidratar.
Tentei ser rápida — afinal, não tenho vida ganha. Amanhã estarei na loja de conveniência lavando vaso.
Ao sair do banho, senti leveza. Co