VICTOR
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Eu saí da casa de Zoe completamente atordoado, como quem atravessa um campo minado e, ao final, percebe que as explosões não cessaram, só ficaram silenciosas, dentro de mim.
Os meus passos eram pesados e minha respiração descompassada. Ainda sentia, como que tatuada na pele, a sensação do momento em que a toquei, quando, por um breve segundo, pareceu que tudo poderia se encaixar, a sensação dos lábios dela no meu pau ainda reverberava em mim, o desejo de fodê-la havia chegado ao ápice.
Nossas brigas estavam se tornando uma constante, como ondas quebrando na mesma pedra, repetidas, insistentes, dolorosas.
Eu não podia julgá-la. Zoe era tão jovem, tão impulsiva, tão... inconsequente. A vida ainda não havia tido tempo ou crueldade suficiente para ensiná-la as lições mais duras. Eu, por outro lado, já as tinha aprendido, ou, pelo menos, assim pensava.
Eu deveria ter paciência, deveria ser o homem maduro que ela precisava que eu fosse. Mas como? Como manter a serenidade diante d