Eu acordei antes do sol.

A claridade ainda era suave, filtrada por cortinas espessas e douradas, e por um instante, antes mesmo de abrir bem os olhos, eu senti o peso cálido do braço dele em torno da minha cintura.

O perfume discreto de Nathaniel ainda estava no travesseiro, uma mistura de cedro e algo que eu não sabia nomear, mas que já era familiar demais para mim.

Meu primeiro impulso foi ficar ali.

Quietinha.

Respirando o mesmo ar que ele.

Decorando a sensação daquele abraço que parecia encaixar perfeitamente em mim.

Mas a consciência veio rápida:

eu não podia estar ali quando ele acordasse.

Eu era camareira.

Funcionária temporária.

Ninguém poderia ver a gente juntos saindo da suíte presidencial.

Então respirei fundo, deslizei devagarinho para fora do abraço dele e permaneci um instante sentada à beira da cama, observando-o dormir.

Era quase injusto alguém ser tão bonito assim de manhã.

El