O sol já começava a descer no horizonte quando voltei para o chalé. A luz dourada filtrava pelas árvores, lançando sombras longas no chão de terra batida. O cheiro de leite fresco ainda grudava nas minhas mãos, misturado com aquele aroma reconfortante da roça que, aos poucos, estava começando a me pertencer.
Larguei as botas ao lado da porta e fui direto para o notebook. Ele estava ali, sobre a mesinha da sala, onde o tinha deixado mais cedo. Peguei-o com certo cuidado, como quem lida com algo precioso, e fui até a varanda.
Sentei na cadeira de madeira, que rangia sob meu peso, e apoiei o notebook no colo. Respirei fundo. Tentei limpar a mente. Mas era impossível.
Mauro. Zeca. Lucas. As palavras dançavam soltas, sem contexto, sem forma. Só nomes que bagunçavam minha cabeça.
Abri o editor de texto e fiquei encarando o cursor piscando, como se ele estivesse me provocando.
Depois de alguns minutos em branco, deixei os dedos se moverem. Sem pensar. Sem julgar.
eu sempre amei você
eu sempr