Entrei no carro com tanta raiva que quase arranquei a porta junto. A estrada até o chalé passou como um borrão, as árvores pareciam debochar da minha frustração com cada sombra que jogavam no para-brisa.
— Julgada. De novo. Sempre — resmunguei sozinha, os dedos apertando o volante com força. — Como se eu não tivesse o direito de existir sem dar explicação pra homem nenhum.
Assim que estacionei diante do chalé, desci batendo a porta com um estrondo. A raiva ainda fervia, borbulhando embaixo da pele. Me sentia exausta. Ferida. E então…
— Claro que sim — murmurei, parando no meio da caminhada até a porta.
Ali, como uma assombração mal