NICHOLAS
Minha assistente organizou a passagem, e tudo estava pronto para minha viagem. Mas uma sensação estranha me acompanhava: algo me dizia para não contar a Emma que partiria hoje. Talvez fosse o medo de desapontá-la mais uma vez, talvez o receio de enfrentar a dor de me despedir sem dizer as palavras certas. A verdade é que eu estava fugindo das consequências do que sempre deixei para depois.
Chegando em casa, fechei a porta atrás de mim e organizei as malas com uma calma forçada. Isabel ainda me olhava com aquele olhar de esperança, esperando algo que eu sabia que não viria. Ela continuava acreditando no retorno de Sarah e nossa filha, mas eu, com minha visão realista, não conseguia ver isso como algo possível. Sarah jamais voltaria para a Espanha. Ela amava a liberdade mais do que qualquer coisa. Mesmo tendo um restaurante com seu nome aqui, sei que ela nunca o aceitaria, e toda a papelada estava intacta, jogada em algum canto, como uma promessa vazia.
Quando o avião finalmen