Mundo ficciónIniciar sesiónElara sentiu que estava em desvantagem novamente. Seu corpo reagia a ele sem pedir permissão.
— Só mais um pouco e descobrirei que tipo de mulher você é: a apaixonada ou a interesseira. — Jon a pressionava contra si com firmeza. Ela podia sentir suas barreiras ruírem pouco a pouco.
— Não está chateado por ter anunciado meu sobrenome verdadeiro? — Ela se desvencilhou dele rapidamente, caminhando para o lado oposto da sala, segurando firme a bolsa.
Jon virou-se nos calcanhares, mantendo a postura de CEO conquistador. Um sorriso contido surgiu nos lábios dele.
— Na verdade, até que gostei. Você está marcando o seu próprio território. Adoro isso. — Cada palavra veio carregada de malícia e provocação, como um lobo brincando com a presa.
O que será que ele está pensando agora?
Elara caiu sentada na poltrona diante da escrivaninha. Jon se posicionou à sua frente, apoiando as mãos nos braços da poltrona, impedindo que ela se levantasse.
Estou começando a gostar desta garota. Nada frívola, sabe se posicionar... Isso, sim, é favorável.
Elara estava prestes a inventar uma desculpa para fugir dali quando o celular dele tocou. Jon se afastou apenas o suficiente para atender, sem tirar os olhos dela. Encarou o número na tela.
"Mãe".
— Bom dia, mamãe. O que é tão importante assim para ligar tão cedo? — A voz dele saiu grave.
— Bianca vai almoçar conosco, e quero que você venha. Nem pense em fugir desta vez! Ela é sua noiva e você precisa respeitá-la! — A voz dela era tão carregada quanto a dele.
Jon suspirou, puxando o nó da gravata como se ela o estivesse estrangulando.
— Tudo bem. Será melhor assim.Assim termino logo com isso. — Ele encarou Elara ao finalizar a frase, firme.
— Então não se atrase. Estaremos esperando! — A mãe desligou.
Jon colocou o celular sobre a escrivaninha e cerrou o maxilar, tentando conter os sentimentos conflitantes que a conversa despertara.
Elara percebeu o desagrado na voz dele. Levantou-se devagar, buscando manter distância.
"Jon é um homem tão estranho. Por que trata a mãe desse jeito? Será que é por causa dessa história de casamento forçado?"
Os pensamentos dela corriam soltos até que Jon lhe dirigiu a palavra num tom arrastado:
— Se você não se importar, senhorita Prince, precisamos ensaiar nosso papel de noivos apaixonados. — O olhar dele era profundo.
Elara se viu engolida por aquelas ondas, como um pequeno marisco levado pela maré.
— O que quer dizer com ensaio? — perguntou, assustada.
Jon retirou a gravata e a enrolou na mão num gesto provocador.
— Minha mãe vai preparar um almoço ao meio-dia. Minha noiva encomendada estará lá. — Ele ergueu uma sobrancelha, esperando que ela entendesse a gravidade da situação.
Elara prendeu o ar por alguns segundos antes de soltá-lo.
— Entendi. Você quer usar a situação para nos apresentar como um casal.
Jon percebeu o ar decidido estampado no rosto dela.
— Isso mesmo. Prepare-se para perguntas inconvenientes e invasivas. — Os olhos dele se estreitaram devagar, analisando cada microgesto dela.
Elara assentiu com firmeza.
"Não posso fugir da escolha que fiz. Então só me resta fazer como ele quer."
Jon deixou a escrivaninha e aproximou-se dela lentamente.
— Está preparada para isso? — murmurou quase gentil.
Elara sabia que tudo nele era calculado, mas não daria a ele o prazer de demonstrar abalo. Assentiu sem hesitar.
— Claro que estou. Temos um contrato, não é, Jon? — Ela esboçou um sorriso delicado, quase convincente.
Quase o fazendo acreditar.
"Ela definitivamente sabe jogar. Vamos ver quem você prefere ser no fim das contas."
— Onde nos conhecemos, senhorita? — Jon perguntou, avaliando-a com atenção renovada.
Ela sentiu a corrente elétrica crescendo entre eles, mas não cedeu.
Mais um dos seus truques, senhor Odero?
— Que tal numa cafeteria? Ótimo lugar para esbarrar em alguém. Podemos dizer que você me confundiu com uma ex. — Ela provocou.
Jon sorriu de canto. Suas mãos estavam perigosamente próximas da cintura dela.
— Não gosto de café. Prefiro suco de laranja ou chá preto. — A voz dele deslizava em cada sílaba. — E é bom aprender meus gostos primeiro. Sou exigente com mulheres. Encontrar minhas ex talvez seja… demais para você. — Ele concluiu, alisando uma mecha do cabelo dela.
Elara entreabriu os lábios sem perceber. Jon aproveitou para tocá-los com o polegar, atento a cada detalhe.
"Por que sinto tanta vontade de beijar esses lábios?"
— Então o senhor gosta de chá preto, não café, prefere suco de laranja no café da manhã e não tem muitas ex. — Ela repetiu, meio aérea.
Jon continuava hipnotizado pelos lábios dela.
— Certo. E eu não frequento cafeterias. Então, fora de questão. — A voz dele era quase um toque.
Elara engoliu em seco, a imaginação já em chamas.
— Então o que sugere, Jon? — A voz dela saiu levemente entrecortada.
Ele se manteve ali, prisioneiro do próprio interesse.
— Eu salvei sua vida numa tempestade e, depois disso… — Ele fez uma pausa dramática. — Apaixonei-me perdidamente e te pedi em casamento. — Finalizou com um beijo leve na ponta do nariz dela.
Elara fechou os olhos, tomada pelo receio de encará-lo. Aquilo tudo era verdade. Ela havia fugido sob a tempestade.
"Ele está se divertindo com a minha tragédia."
— Faz sentido. E depois disso… — murmurou ainda de olhos fechados.
Jon retirou do bolso uma caixinha dourada. Sorriu enviesado ao olhar para ela. Abriu a caixa, tirou o anel de diamantes e safiras e segurou a mão direita dela, deslizando o anel em seu dedo.
Elara abriu os olhos, assustada.
— E depois disso, eu a pedi em casamento com este anel. — Os olhos dele estavam fixos nos dela. — Prometendo amor e segurança até o último dia da minha vida.
"Mas o quê ele pensa que está fazendo?"
Ele segurou as mãos dela levando aos lábios e beijando a
li onde estava o anel e declarando com olhar e palavras ensaiadas:
— Agora, senhorita, estamos oficialmente noivos!







