Mundo ficciónIniciar sesiónJon estava de saída para a empresa quando passou pelo quarto onde ele e Elara deveriam estar juntos. Percebeu que ela estava no banho.
"Vamos ver do que você é capaz, senhorita."
Tirou um cartão do bolso interno do paletó e colocou dentro da bolsa sobre a cama.
Encarou as roupas que ela vestiria e sorriu satisfeito.
"Ela tem bom gosto. Já posso até imaginar como ela ficará neste conjunto."
Seus olhos brilhavam de pura malícia. Não demorou muito ali; sabia que ela poderia estar terminando o banho e dar de cara com ele com certeza a deixaria mais desconfortável.
Desceu as escadas até a sala de estar. Louise já tinha a mesa do café pronta. Parecia ter se arrumado ainda melhor naquela manhã.
Jon notou que ela estava corando ao encará-lo.
"Louise está cada dia mais assanhada… isso se deve à presença de Elara, certamente."
Fechou os botões do paletó, sem encarar a moça.
— Louise, a partir de hoje não quero que ultrapasse os limites. Nenhum dedo sequer! Entendeu? — Ele a encarou com um olhar frio.
Ela tremeu. Podia sentir o corpo congelando até a espinha.
— Sim, senhor! Eu entendi! — Num gesto quase imperceptível, ela ajeitava a meia-saia e o decote na mesma frequência.
Jon não demorou muito. Tomou um café simples, como quase sempre fazia, comeu um pedaço de bolo de laranja e saiu.
Ao chegar à garagem, Juan já o aguardava em seu posto.
— Bom dia, senhor! — Ele cumprimentou Jon com um sorriso.
Jon apenas devolveu o gesto, ao mesmo tempo que pegava a chave do seu Gimaro Catlo azul-piscina, deixando ao motorista o convencional esportivo, um Aston Martin.
— Ah, e preciso que dirija apenas para minha futura esposa! Você me entendeu? — Jon questionava por cima do vidro, antes de ligar o motor e sair a toda velocidade, deixando Juan ali parado, sem reação.
— Mas…
…
Louise ficou sem palavras com a resposta que recebeu. Elara, porém, logo se dispôs a servir-se de café, sem nenhuma preocupação com a moça parada a alguns centímetros da mesa.
"Já entendi por que essa mulher está aqui. Quer dar uma de patroa, roubar o patrão e depois ir embora com tudo."
Louise deixava os pensamentos correrem soltos sobre quem devia ser Elara, a mulher que chegou na noite de tempestade e agora era a noiva de seu chefe.
"Será o que ela fez para ele resolver casar-se com ela? Será que o está subornando? Ou será que está grávida dele?"
Elara sorveu um gole de suco de abacaxi com hortelã.
— Hum… muito bom este suco! Parabéns! — Elara mencionou.
Fez com que a outra lhe prestasse atenção.
— Ah, obrigada, senhorita! Se gostou, vou fazer sempre! — Um olhar enviesado passou despercebido por Elara, que ao mesmo tempo também buscava descobrir mais sobre a moça responsável pelos cuidados da casa.
"Sei… aposto que tem mais alguém que você protege além de si mesma. Tenho certeza de que cedo ou tarde ela aparecerá."
Elara engoliu o suco até o final. Pegou a bolsa ao seu lado e caminhou em direção à porta.
— Ah, eu e Jon não viremos para o almoço, então não precisa se dar ao trabalho de cozinhar! — Ela deixou uma piscadela encerrar aquele instante com chave de ouro.
Sentiu os olhos de Louise às suas costas assim que fechou a porta.
— Nossa… essa mulher me causa arrepios! — reclamou Louise, batendo as mãos uma na outra, sem se importar por estar chegando próximo a Juan.
Ela sorriu para ele — um jovem alto e moreno, com um sinal de beleza marcante nas bochechas.
— Olá, Juan! Certo? — Ela questionou enquanto ele sorria.
— Sim, senhora! Eu serei seu motorista a partir de agora! — Ele estendeu a mão para ela apertar.
No entanto, Elara o ignorou, engolindo em seco. Da última vez que aceitara tal gentileza, acordou numa sela, presa como um cão por mais de um mês, obrigada a comer restos e a servir bebidas para homens que ela jamais desejou conhecer.
Inspirou o ar, tentando esquecer a lembrança, mas também com uma dose de coragem.
— Não precisa, Juan. Eu me sinto mais confortável dirigindo sozinha! — O sorriso que ela deixou amoleceu o coração do motorista, que apenas assentiu, mesmo sabendo que Jon o mataria se soubesse que ela estava sozinha.
Ela ligou o carro e partiu.
— Certamente estarei morto logo… — Juan murmurou, passando as mãos pelos cabelos curtos.
…
Elara estacionou diante do edifício mais alto. Na fachada, se lia: Odero Entretenimento. Um manobrista veio até ela para guardar o automóvel.
— Obrigada.
Ela caminhou até a recepção. Todas comentavam aos cochichos ao vê-la. Até quem a atenderia também o fez com um enorme sorriso no rosto.
— Seja bem-vinda, senhorita! No que posso ajudá-la? — A recepcionista questionou.
— Tenho uma audiência marcada com o senhor Odero! — A voz de Elara saiu firme, mesmo com as mãos tremendo sob as alças da bolsa.
"Ele não vai me ignorar, vai? Nem pensei nisso. E se ele ficar zangado?"
Ela engoliu em seco. A recepcionista discou para o telefone de Jon, que atendeu no mesmo instante.
— Sim, Stefane, fale! — A voz grave despertava interesse em todas que a ouviam.
Elara percebeu que todas as mulheres ali pareciam desejar uma chance com o chefe.
"Ele é bem popular… como não seria? Bilionário, lindo e ainda por cima um sedutor de primeira."
Saiu dos devaneios quando a funcionária perguntou seu nome.
— Senhorita? Quem devo anunciar? — A voz de Stefane era doce como seu rosto angelical.
As demais pareciam mulheres de plástico padrão. Os homens tinham seu charme — ela podia distinguir cada um no ir e vir dos elevadores.
— Elara Prince! — Tentou soar firme como Jon.
Não deveria se dobrar a ninguém — muito menos ao próprio Jon.
Ela ouviu quando ele autorizou que ela subisse. Assim que chegou ao 25º andar, e as portas se
abriram diretamente para a sala dele, foi pega de surpresa quando ele a agarrou pela cintura.
— Senhorita Prince?







