Cap. 86

A noite já ia alta quando Kan encontrou seu beta em frente à empresa. O céu estava nublado, como se a própria lua se recusasse a testemunhar o que viria a seguir.

Assim que o assistente estacionou o carro, o beta entrou, sentando-se ao lado do alfa Kan.

No banco do passageiro, seu beta mantinha o rosto tenso, olhando em silêncio pela janela. Nenhum dos dois dizia palavra enquanto o carro cruzava a cidade até chegar a uma estrutura antiga, escondida entre ruas esquecidas e protegida por magia ancestral. A reunião não era oficial — era uma convocação de urgência.

O lugar era sombrio e silencioso. Um prédio de pedra escura, com corredores revestidos de madeira gasta pelo tempo. Eles passaram por guardiões de olhos brilhantes até entrarem numa sala ampla, redonda, onde os Anciões e o Juiz — que havia ajudado Kan com a lei — também os aguardavam.

Kan parou no centro do círculo. A tensão era quase palpável.

— Houve um erro — começou ele, direto. — E eu estou aqui para corrigir antes