Cap. 88
Cap. 88
Ela entrou, a própria personificação da elegância. O eco rítmico dos saltos finos contra o chão polido era a única trilha sonora que importava. Kan não conseguia desviar o olhar, acompanhando cada passo até que ela parou diante dele. O vestido: um milagre em verde rubi. Longo, colado, com alças delicadas e um decote taça que moldava suas formas com perfeição. Da coxa para baixo, a saia se abria em uma cauda de sereia, e as pedrarias cuidadosamente bordadas faiscavam sob a luz, fazendo-a brilhar como a estrela mais fulgurante da festa.— Você precisa revisar e assinar esses documentos, senhor Kan.
— Por que não se senta e conversamos um pouco? — ele perguntou, apontando a cadeira que outrora o beta ocupara. Ela encarou Kan e, em seguida, sentou-se, como se já soubesse o que ele queria saber.
— Tenho algumas dúvidas para a deusa que tudo vê e tudo sabe, mas que nunca pode dizer nada.
— Você sabe, deusas do tempo valorizam suas juventudes mais do que qualquer coisa. Levando em con