Eu pedi para Ruan amarrá-la e vendar para o caso de ela acordar.
GIOVANNA
Sinto um ódio intenso. Como se algo tivesse sido tirado de mim. Estou furiosa. As unhas cravadas nas palmas das mãos, as lágrimas brotando dos olhos. Tomo um banho, desejando que a água levasse minha dor, como ela fazia com a sujeira e o suor do meu corpo.
Visto uma calça jeans e uma camiseta branca e um blusão preto. Tênis. Fazia tempo que eu não me vestia assim. Eu vivia bem arrumada por causa de Lucas.
Idiota!
Fui até a sala. Renata me aguardava com o chá e alguns biscoitos amanteigados, que eu evitava para ficar linda e esbelta para Lucas.
Ela me serve. Eu pego a xícara de suas mãos e um biscoito.
—Está melhor?
—Estou.
Eu respiro fundo e mordo o amanteigado.
—Quer falar sobre isso?
Mastigando, nego com a cabeça.
—Tudo bem. —Renata parece avoada. Ela também não sabe muito que dizer numa hora dessas e eu nem quero que ela diga nada.
Tomo um gole grande do chá. Fiz uma careta. E olho para o interior da xícara.
Que chá era esse afinal?
Que gosto estranho!
O telefone toca