A varanda do quarto estava iluminada apenas pelas luzes suaves vindas da cidade e pela meia-luz de algumas velas que Bruno havia pedido ao serviço do hotel. A brisa noturna acariciava minha pele, e, por um instante, tudo parecia distante: as preocupações, o passado, as dores que eu havia enterrado fundo para seguir em frente.
Bruno ajeitava a mesa com naturalidade, como se já fizesse parte da minha vida há muito tempo. Era estranho e, ao mesmo tempo, acolhedor. O aroma da comida recém-chegada se misturava ao perfume das rosas que ele havia me dado. Coloquei-as em um vaso improvisado e o deixei no centro da mesa. Ficaram perfeitas ali.
— Espero que goste do vinho — ele disse, abrindo a garrafa com cuidado e servindo duas taças. — Eu pedi algo leve, mas marcante… como você.
Sorri sem saber exatamente como reagir àquele elogio. Era diferente ouvir isso depois de tanto tempo. Era diferente me sentir desejada, admirada… vista.
— Bruno, você tem um jeito de tornar tudo mais leve… — confesse