Nos dias que se seguiram ao jantar, parecia que havia um brilho diferente em tudo. O ar estava mais leve, os sorrisos mais espontâneos, e meu coração, finalmente, em paz. Meus filhos estavam empolgados, cada um à sua maneira. As filhas começaram a fazer desenhos de vestidos, flores e bolos de casamento como se já soubessem, instintivamente, que aquele momento era especial. E Bruno... Bruno, mesmo com sua rotina puxada no hospital, se fazia cada vez mais presente. Em gestos simples, em palavras doces, em olhares silenciosos que diziam mais do que mil promessas.
Numa sentei-me na varanda com uma pasta de ideias para o casamento no colo e um chá de erva-doce na mesa. A brisa suave balançava as cortinas e o céu começava a se tingir de tons quentes quando Celina apareceu, com aquele sorriso sereno que ela herdou do pai e a mão repousando sobre a barriga ainda discreta.
— Tá muito quieta aqui, mãe… — disse ela, se aproximando.
— Tô pensando na vida, filha. Tentando entender como o tempo pas