Baby OrtizAbri os olhos e encontrei uma cama vazia. Ainda assim, isso não foi o suficiente para arrancar o sorriso do meu rosto. Me sentei, olhando ao redor. O lugar onde eu estava parecia revirado, apesar do Dominic ter trocado os lençóis na noite passada.Eu ainda conseguia sentir meu rosto queimando quando ele ergueu o sangue no meu campo de visão, só para abrir aquele sorriso sedutor de alguém que tinha acabado de vencer um grande campeonato.Suspirando, eu me esgueirei na cama, e enfim me levantei. Me ver na frente do espelho nunca me pareceu tão estranho. Meu cabelo parecia uma mata fechada, embolada em várias partes, e partes do meu corpo estavam vermelhas, com marcas de mordidas. Eu sequer sabia se tinha roupas que seriam capazes de cobrir algo assim. Preocupada, fiz a minha higiene matinal, e só então voltei para o quarto enrolada em uma toalha.Minha intimidade ardendo me fora um lembrete sombrio, e que me serviria de lição para não pedir por mais uma rodada quando eu sabia
Baby Ortiz Eu estava nervosa quando finalmente desci as escadas. A casa parecia em completo silêncio. Algo incomum, considerando a loucura em que estava no dia anterior. Curiosa, observei a forma como o ar fresco entrava pelas janelas enormes e abertas da casa, fazendo as cortinas que iam do teto ao chão balançarem numa dança silenciosa. Eu divaguei por algum tempo naquela posição, e então, finalmente desci o último degrau.— Senhora? Que bom que acordou...Coloquei a mão no peito, em uma ação imediata para segurar meu coração prestes a sair pulando para fora do meu corpo. – Nossa, você me assustou. – Eu ri.A mulher pareceu apavorada com a minha confissão, o que era estranho. – Desculpe. Eu... Eu não tive a intenção, por favor, senhora, me perdoe.Incomodada, eu andei em sua direção, tocando-lhe os ombros em uma massagem sutil. – Está tudo bem. Isso não tem importância.Ela abaixou o olhar, como se me encarar diretamente fosse algo errado. – Eu não deveria ser sorrateira. Me desculp
Dominic Lexington — Não estou apaixonado, porra! – Esbravejei.Cavalieri mantinha os olhos em mim, mas apenas bebia sua cerveja direto do gargalo. Eu sabia exatamente o que ele estava pensando agora. Que deveria ter se livrado da garota antes que ela se tornasse um problema para mim.Mas ela não era isso, era?Baby nunca poderia ser meu problema.Ela era minha solução...— Então por que guardou a porra do lençol manchado, caralho? Você a quer, não quer? Se essa for a sua intenção e deseja provar a família que a garota perdeu a virgindade no seu pau, vá em frente, meu irmão. Aflito, acendi o maldito cigarro mentolado. A ideia de voltar ao altar me consumia de tal forma que me deixava a beira do precipício. Eu tentei essa merda, e não deu certo da primeira vez. – Tudo o que eu estou fazendo é reivindicar o que me pertence. Sabem bem disso. — Eu sei... – Cavalieri se inclinou sobre a mesa pela primeira vez. O olhar letal do meu irmão entrou em conflito com o meu. Era uma batalha perd
Dominic Lexington Ter meus irmãos me apoiando poderia ser considerado como a plena satisfação, considerando que a pouco tempo, eu sequer cogitaria estar nesse lugar, mas, o segredo do Cavalieri deixava-me tão tenso, que eu me sentia a beira de uma crise. Isso, no entanto, nunca foi algo do qual eu sentisse medo. Para pessoas como nós, a morte podia ser considerada apenas como uma consequência merecida pelo que fazemos. Só que, agora, eu tinha a Baby. Eu finalmente a tinha, e perceber que morrer não seria o pior dos castigos, estava me deixando maluco.Com as armas em punho, nos caminhamos em direção ao portal principal da casa amarela. Haviam soldados na porta, como era esperado. De qualquer maneira, não houve qualquer resistência.— Abaixem as armas! — Cesare ordenou.Assim foi feito. Soldados abriram caminho, e nós passamos, com os portões escancarados. Os carros atrás de nós, nos seguiram para dentro da propriedade. Meus olhos atentos já captavam a movimentação ali dentro.Obviame
Baby Ortiz— Você é muito linda. – Desviei minha atenção da tela de um celular que quase nunca usava, para encarar o chão.Ao me deparar com a garotinha me encarando com olhos brilhantes, tive a sensação de que estava sendo julgada esse tempo todo. – Sunshine disse que vai ser minha nova mamãe, mas eu não quelo, porque ela é chata. – A garotinha piscou os olhinhos esperançosos, como se, eu, de alguma maneira pudesse evitar o que estava prestes a acontecer na vida dela.— Oi... – Deslizei na cama, me abaixando até estar cara a cara com ela. Só com os joelhos no chão, me dei conta do quanto ela parecia pequena e frágil. O nariz arrebitado tinha pequenas sardas, e os olhos claros lembravam o do pai, embora não houvesse qualquer resquício de maldade neles. – Como é o seu nome?— Lili. – A garotinha sorriu, mostrando a falha em um dos dentes da frente. – Me chamam de Lôlo, mas o papai não gosta muito. Ele diz que é feio, e que eu deveria usar o meu nome. Mas eu gosto de Lôlo. Você gosta de
Baby Ortiz — Não quer? Engraçado, porque você trata as pessoas como lixo. Você inventa coisas sobre elas, e depois foge. Essa é você, Britney.Aquela foi a primeira vez que notei um brilho diferente nos olhos dela. Era raiva ou medo? – Não me chame assim! Eu não sou a Britney.Me aproximei dela. — Nunca mais diga mentiras sobre o Dominic para mim, ouviu? – Apontei o dedo no rosto dela. Bem perto.A garota não pareceu intimidada, pelo contrário, ela se aproximou um pouco mais, batendo no meu dedo com a mão espalmada. – Eu não inventei nada. Eu só queria um conselho, e não tenho culpa se não tem inteligência o bastante para compreender que era uma suposição.Estreitei os olhos. – Acha que me engana? Você não quer o seu noivo, não é? Quer o irmão dele! – Gritei alto. Eu só não esperava que fosse atingi-la em cheio.A garota pareceu dura como uma pedra. O rosto bronzeado havia se tornado pálido em alguns segundos. Ergui meu queixo, por soube que a atingi em cheio. Só que, ao fazer isso,
Dominic Lexington Puto, praticamente arrombei a porta do quarto enquanto arrastava a infeliz presa em um dos meus braços. Foi uma surpresa me deparar com a Lili deitada na minha cama. Seu corpinho pequeno repousando em um canto do quarto, enquanto os olhos presos no celular a impediam de ver o que acontecia ao redor. Antes que a garota presenciasse uma maldita cena, coloquei a Baby resmungona no chão. Seu cabelo estava ainda mais bagunçado agora. Ela puxou a roupa para baixo, expondo a inquietação ao me encarar. Nós dois sabíamos que ela não escaparia da conversa que estávamos prestes a ter.Andei na direção da minha sobrinha, analisando as bochechas gordinhas. Eu normalmente não me derreto por algo, ou acho alguém fofo, mas droga, essa pequena humana poderia me fazer de gato e sapato, raspar minha cabeça ou me fotografar com uma de suas infelizes maquiagens, e eu ainda a acharia o ser mais doce do mundo.— Pequena, por que não vai para o seu quarto?Ela parecia entretida demais pa
Dominic Lexington Andar de mãos dadas com ela fora uma péssima ideia, e só me dei conta quando uma infinidade de fotos nossas saíram em todos os jornais. Controle de danos foi a única merda da qual tive que lidar. A última coisa de que eu precisava era uma Baby furiosa, descobrindo tudo através de uma merda de coluna de fofoca em alguma revista sensacionalista. Por isso, tirá-la do país não havia sido a minha atitude mais nobre com relação à infeliz.Os olhos dela estavam vidrados na paisagem. Baby abriu os braços em algum momento, fitando a beleza do mar aberto. Enquanto pilotava o Iate, ela encarava tudo como se aquela fosse sua fodida primeira vez. Como se ela nunca tivesse feito uma porcaria de passeio como esse antes.Mas era disso que se tratava a Baby, não era? Tudo para ela ainda soava como viver pela primeira vez, em cada maldito detalhe de sua vida, ou cada toque meu a ela.Minha mão mal conseguia se conter, e só por isso apertei o maldito Leme até que os nós dos meus dedo