Baby Ortiz.
Meus olhos se abriram com dificuldade. Senti meu corpo arrepiar conforme o ar-condicionado invadia os poros da minha pele, fazendo-me tremer. O teto do carro foi tudo o que eu consegui enxergar, conforme a tontura passava.
Branco, teto, branco, maçanetas, vozes, mais branco...
— Finalmente acordou, bonequinha... – Ele disse, rompendo o assombro da ópera tocando ao fundo.
Desde que ele apareceu na minha vida, eu passei a odiar esse tipo de música. Sempre que eu as escutava, sentia que era uma garotinha assustada novamente. Tudo que eu me lembrava era de que me sentava num corredor de hospital e me escondia dele embaixo de alguma maca. Para não dizer às vezes em que a música começava a tocar pouco antes que meu quarto fosse invadido, da roupa a deslizar pelos meus ombros magros, e de como eu tinha que fechar os olhos para não enxergar a sujeira da minha própria exibição.
Eu me esquivei, sentando-me ao arrastar o corpo para cima quando o senti deslizando a mão pela fenda do