Vitória,
Não tinha flores espalhadas nem música tocando no fundo. A gente não precisava disso. Bastava ele ali, parado na frente do altar improvisado no salão da casa dele, o lugar onde eu mais me rendi, onde aprendi a ser dele por inteira.
Entro sem véu, sem luxo, só com o vestido branco justo, que ele escolheu. Não era decotado, mas marcava cada curva minha. Dava pra sentir o olhar dele me despindo, mesmo com tanta gente por perto. Poucos, na verdade. Uns colegas dele que eu nunca vi na vida, uns funcionários que viraram daqui da casa... E só. Eu só queria que a minha mãe estivesse aqui. Mas quer saber? Tudo bem. Eu já tinha se acostumado a caminhar sozinha, bom, sozinha não, alinhar junto com o Enrico.
Quando cheguei perto, ele estendeu a mão. Aquela mesma mão que já me prendeu tantas vezes, que já me fez implorar e gritar de prazer, agora tremia só de me tocar. Enrico, o homem que controla tudo, que comanda com o olhar, parecia... nervoso.
— Tá pronta? — Ele pergunta apreensivo,