Capítulo 2

Deslizo a calcinha para baixo e entrelaço os dedos, torcendo para que meu cabelo comprido cubra ao menos parte do meu corpo.

O quarto, pelo menos, está bem aquecido.

— Vire-se.

Devagar, faço uma volta, deixando que ele me veja por inteiro.

— Venha aqui

Eu não sou totalmente inexperiente, apesar de ainda guardar minha virgindade. Muitas das minhas colegas, com a mesma idade, já eram mães, enquanto eu, por escolha ou acaso, sempre soube me preservar. Ainda assim, não era a primeira vez que via um homem nu, nem que ousava tocá-lo. Ao menos, eu tinha uma ideia do que fazer.

Mordi o lábio, observando enquanto ele se desfazia da última peça de roupa. O corpo à minha frente era forte, bem cuidado, e mesmo com sinais de maturidade, transmitia uma virilidade que me arrepiava inteira.

Respirei fundo, reunindo coragem. O silêncio da sala era quebrado apenas pela nossa respiração. Eu sabia o que esperavam de mim, e sabia também o quanto esse gesto mudaria tudo.

Quando finalmente me inclinei para tocá-lo, senti a mudança no ritmo da respiração dele. Mais pesada, mais densa. Um sinal claro de que meu toque o afetava. Ele interrompeu o momento com um sussurro grave, entrecortado:

— Já está bom… — disse, arfando. — Guarde um pouco pra depois.

De repente, ele me empurra para trás.

Caio sobre a cama e o encaro quando ele abre minhas coxas com força, firmando-se entre elas.

— Muito bom. Eu sabia que você teria uma bocetinha deliciosa. Dá para ver o quanto está molhada.

As mãos dele deslizam das minhas coxas pelo meu corpo. Ele aperta meus seios, juntando-os, e segue até minha intimidade.

Abre meus lábios íntimos, e ouço o gemido escapar dele.

— Isso, sim, é uma surpresa.

Solto um gritinho quando ele me toca. Um dedo no meu clitóris, e arqueio inteira.

— Tão sensível, tão molhada. Vamos nos divertir muito esta noite.

Quando finalmente está diante de mim, nu, não consigo pensar nem sentir direito.

Estou em pedaços.

Feliz, assustada, excitada, em pânico.

Acima de tudo, excitada.

Isso eu não esperava.

Como poderia estar excitada? Este homem é um completo estranho

O mundo pareceu se dissolver. Nada mais existia além do calor dele me dominando, da firmeza de suas mãos me mantendo no lugar, e do prazer que se multiplicava dentro de mim.

E então, finalmente, meu corpo se rendeu por completo. E quando deixei a vergonha de lado, os sons que antes tentei conter se transformaram em ondas de prazer ecoando pelo quarto.

— Vai doer um pouco… — sussurrou contra minha pele, os lábios roçando no meu pescoço. Logo depois, senti o impulso.

Ele me penetrou lentamente, firme. A dor veio aguda, rasgando-lhe um gemido entre os lábios, mas foi logo seguida por uma onda de calor que me deixou sem ar.

Ele não desviou os olhos. Observava cada reação, cada arrepio.

— Isso… — murmurou, aumentando o ritmo aos poucos. — Agora você é minha.

Os movimentos tornaram-se mais intensos, mais profundos. O quarto enchia-se com o som de nossas respirações ofegantes, gemidos contidos, o ranger suave da cama.

Quando o clímax chegou, foi como uma explosão dentro mim. Um grito abafado escapou de seus lábios, enquanto o corpo inteiro se arqueava em prazer e dor entrelaçados.

Ele segurou firme, enterrando-se uma última vez antes de se desfazer em um gemido grave, abafado contra meu pescoço.

Ele a olhou por um instante, o rosto ainda sério, sem ternura, mas com algo novo nos olhos — talvez curiosidade, talvez respeito.

Depois levantou-se, vestindo a calça de volta com a mesma calma meticulosa de antes.

— Seu dinheiro está com os organizadores — disse, num tom seco, quase sem vida. Então desapareceu dentro do banheiro.

O mundo parecia suspenso, preso ao som da respiração lenta dele, que, agora, em completo contraste com a intensidade de antes, apenas ajeitava a manga da camisa diante do espelho.

Ele não me olhou de imediato. Movia-se com calma, precisão, como se cada gesto fosse calculado. Pegou o relógio sobre a mesa, ajustou-o no pulso, vestiu o paletó. Parecia estar se preparando para uma reunião de negócios, não para sair de um quarto onde acabara de destruir a inocência de alguém.

Eu observava em silêncio, com coração apertado. Esperava alguma palavra, qualquer coisa, um elogio, um conforto, até mesmo uma ironia. Mas ele permanecia distante, inatingível.

Finalmente, quando já parecia prestes a ir embora, ele se virou. Seus olhos encontraram os meus. Não havia ternura, mas também não havia indiferença completa.

— Vista-se. — disse, a voz firme, neutra. — Há roupas limpas no armário.

Abri a boca, mas nenhuma palavra saiu. O nó na garganta me impedia de falar. Apenas assenti.

Ele caminhou até a mesa, pegou uma garrafa de água ainda cheia e a deixou sobre o criado-mudo, ao lado da cama.

— Beba quando acordar. Vai ajudar. —

Depois, sem mais explicações, abriu a porta e saiu.

E foi só isso. Nenhum “obrigado”, nenhum elogio, nem sequer uma palavra suave que aliviasse aquele vazio repentino.

Permaneci deitada, o corpo trêmulo, os olhos fixos no teto. Não sabia se chorava ou sorria. Me sentia vazia e ao mesmo tempo preenchida de algo que não sabia nomear.

Respirei fundo. Precisava sair dali. Precisava me recompor. Ainda assim, ao me levantar, não resisti a lançar um olhar rápido para a cama. E lá estava a prova, quase invisível: um pequeno ponto vermelho no lençol escarlate. Discreto, mas impossível de ignorar.

Tentei me vestir depressa, mas minhas mãos tremiam tanto que até colocar minha própria roupa parecia uma tarefa impossível. Cada peça voltava ao corpo devagar, e no meio desse gesto mecânico percebi algo diferente. Algo havia mudado dentro de mim.

Eu me sentia… mulher. Não mais uma menina de vinte anos, perdida, mas alguém que havia atravessado uma linha invisível e não poderia voltar atrás.

Se alguém me perguntasse se eu me arrependo de ter vendido minha honra para um completo desconhecido, a resposta seria simples: não. Não me arrependo.

Desci até a recepção. O próprio homem ainda estava no salão, observando o leilão que continuava, mas no balcão quem me atendeu foi um dos assistentes. Ele me devolveu o documento e um envelope lacrado.

— A senhorita pode abrir aqui, se quiser conferir — disse ele, num tom insistente demais.

— Não, obrigada. Confio em vocês. Se houver algum problema…

— Se houver algum problema — ele me interrompeu, firme, a voz cortante —, nós não sabemos de nada. Nunca vimos você. E qualquer coisa que decidir contar sobre o evento de hoje será considerada invenção da sua cabeça.

Claro. Confidencialidade absoluta. Eu lembrava bem do contrato que assinei: muitas cláusulas, mas a de silêncio era clara e dura. Com punições detalhadas caso eu resolvesse abrir a boca.

Peguei o envelope. Dentro haveria um cheque. Pelo que calculei, mesmo descontando as comissões, o valor parecia maior do que eu esperava. Ainda assim, uma dúvida queimava dentro de mim.

— Posso perguntar uma coisa? — minha voz soou tímida, até para meus próprios ouvidos. — Esse homem que me comprou… como ele se chama?

O rapaz me olhou como se eu fosse louca. Eu já esperava.

— Se o cliente não quer tirar a máscara ou revelar o nome, é direito dele.

— Eu sei, mas…

— Moça, nossos clientes não nos dão dados pessoais. Ele pode ter dito que se chama João, mas no passaporte estar como Marcos, Paulo… ou até como Jesus Cristo. Não é nosso problema.

Assim que terminou, voltou para a papelada em cima da mesa, deixando claro que a conversa tinha acabado. Dei de ombros e segui para a saída.

Uma tentativa vale a pena, mesmo quando dá errado. Afinal, eu só tinha dezoito anos. E loira ainda por cima. Ninguém poderia me culpar por fazer perguntas bobas.

Eu não descobri nada sobre ele, mas pelo menos sabia onde encontrá-lo: ali, naquele circuito secreto. O mistério era só descobrir quando aconteceria o próximo leilão, e onde. Talvez aqui. Talvez em outro hotel de luxo qualquer.

Na garagem, um motorista me aguardava. Um dos carros de plantão, usados para levar discretamente os participantes de volta para casa. Entrei no primeiro disponível e logo estava no meu apartamento. Guardei o envelope em um lugar seguro e, sem nem me despir, mergulhei debaixo das cobertas. O sono me venceu rápido.

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