O tempo passou, e até agora ninguém tinha me ligado.
Por semanas, eu me assustava com cada toque do celular, correndo feito louca pela casa para atender de imediato, com medo de perder a ligação. Quem sabe qual era a política daquela empresa? Vai que me desclassificassem só porque não atendi no primeiro toque. Era como se, se eu demorasse três segundos, já não fosse considerada digna da vaga.
Mas o tempo foi passando, e eu já não corria tanto para o telefone. Se atendia, não era por expectativa de vaga nenhuma. Eu já tinha perdido quase toda a esperança de conseguir a vaga. E quer saber? O mundo não acabava por causa disso. Não faltavam empresas, escritórios por aí. Se eles não me quisessem, paciência.
Além disso, as férias de verão não durariam para sempre. Três meses passavam rápido demais. Logo viria a rotina da faculdade, novos colegas, e quem sabe até aquele "cara certo" que poderia ser o único da minha vida. Na pior das hipóteses, arrumaria boas amigas que me ajudariam a esquec