Baby Ortiz Cobri minha boca com a mão dolorida. Podia apostar que se olhasse as minhas palmas agora, ela estaria vermelha. Tanto quanto a cor do Dominic havia mudado para algo irritado. A forma animalesca com a qual ele respirava disse tudo o que eu precisava saber. Ele me olhava como se eu fosse um ser prestes a ser esmagado, o que me fez realmente sentir que eu era um inseto ali.Estiquei uma mão para tocar-lhe o rosto. Não porque tinha medo da retaliação daquele homem, e sim porque temi que ele se afastasse de mim naquele momento. – Desculpe... Eu... Eu não deveria ter feito isso.— Não, você não deveria... – Ele disse entre dentes. Eu sabia que ele estava se contendo para não me magoar, o que não funcionou muito bem. Os olhos dele percorreram para as pessoas na festa, e depois voltaram a encontrar os meus. Havia algo irreconhecível queimando em suas pupilas.Eu nem ao menos havia notado que a música parou de tocar, ou que alguns olhos estavam sobre nós dois, parados no meio do sa
Dominic Lexington Ainda estava irritado, sentado em uma mesa e bebendo a porcaria do álcool que não fez absolutamente nada para dissipar o meu maldito mau-humor. Ver a Katty andando na minha direção piorou consideravelmente, e a minha única satisfação era a de saber que seu irmão estava sob o meu domínio, em um lugar relativamente escondido.Ela puxou a cadeira em que a Baby estava sentada há alguns segundos, o que me deixou ainda mais irritado. Como ela tinha tanta ousadia, porra?Os olhos azuis intensos da imbecil me encararam. Ela era linda, e eu não tinha como fingir que não, mas nem de longe se comparava a Baby. Porque, por mais que sua beleza fosse clássica, a Baby possuía uma inocência e sorrisos únicos, do tipo que faria qualquer imbecil parar, e do qual causaria um acidente de transido se passasse numa calçada. — Sabe que eu sou advogada, não sabe? – Ela me encarou como uma inquisitória.Víbora atrevida... – Diga-me uma novidade. – Disse com amargura na voz, virando a dr
Dominic Lexington Me levantei apressado. – Ninguém sai dessa merda de jantar enquanto eu não achar a minha garota! – Nunca fui o tipo de homem que acreditava em sexto sentido, mas algo me dizia que Baby não faria isso comigo.Dilan me encarou. – Senhor, sei quem é o senhor, e posso apostar que os organizadores disso também, mas os convidados... – Ele parou de falar.— O que tem os convidados? – Grunhi, virando-me para ele, que agora tinha minha total atenção.— Eles podem não entender o porquê de estarem sendo mantidos presos aqui.— Foda-se... Eu não quero saber de reclamações, fui claro?Dilan assentiu como um bom soldado. – Mas e se algum deles reagir e quiser ir embora?Sem me importar, eu escaneei cada rosto naquela merda, e não me importava com nenhum deles. – Atire. Atire em qualquer filho da puta. Eu lido com as consequências depois. — Sim senhor... – Eu já conhecia o meu soldado a tempo o suficiente para saber que ele não estava contente com a minha ordem, só que, naquele
Baby Ortiz. Meus olhos se abriram com dificuldade. Senti meu corpo arrepiar conforme o ar-condicionado invadia os poros da minha pele, fazendo-me tremer. O teto do carro foi tudo o que eu consegui enxergar, conforme a tontura passava.Branco, teto, branco, maçanetas, vozes, mais branco...— Finalmente acordou, bonequinha... – Ele disse, rompendo o assombro da ópera tocando ao fundo.Desde que ele apareceu na minha vida, eu passei a odiar esse tipo de música. Sempre que eu as escutava, sentia que era uma garotinha assustada novamente. Tudo que eu me lembrava era de que me sentava num corredor de hospital e me escondia dele embaixo de alguma maca. Para não dizer às vezes em que a música começava a tocar pouco antes que meu quarto fosse invadido, da roupa a deslizar pelos meus ombros magros, e de como eu tinha que fechar os olhos para não enxergar a sujeira da minha própria exibição.Eu me esquivei, sentando-me ao arrastar o corpo para cima quando o senti deslizando a mão pela fenda do
Baby Ortiz Abri os meus olhos quando uma chuva intensa me atingiu, inundando o lugar onde estivera escondida sabe-se lá por quanto tempo. Me levantei apressada, sentindo cada músculo do meu corpo doer. Sem conseguir sair, e com a fraqueza a me dominar, eu despenquei junto com o tonel azul e a água que estivera se acumulando, possivelmente ao longo das horas.Confusa, eu tateei no chão até que estivesse com as pernas livres. Sabia que o chão estava confortável na minha situação, mas ainda assim, me recusei a permanecer ali, sozinha e tão exposta. Por isso, me levantei, ainda que tenha demorado quase três minutos para que realmente conseguisse ficar de pé. Meus passos foram lentos no início, o que me fez perceber por quanto tempo eu teria que andar. Foi angustiante e desesperador dar cada passo, mas eu mantive em minha mente que a cada vez que me esforçava, ficava mais perto dele. Com esse pensamento, deixei que a minha mente me levasse diretamente para o Dominic. Eu ainda estava tão m
Dominic Lexington Eu a alcancei antes que caísse no chão. O estado deplorável da minha Baby me fez sentir um desgraçado assim que a vi. Eu não sabia a extensão do dano que havia causado na garota, para que ela fugisse de mim daquela maneira, e acabasse em um estado como em que chegou, mas, se servia de algum atenuante, a culpa me atingiu certeira, pouco demais que ela correu de mim.Me virei para o soldado um pouco atrás. Eu ainda estava com a minha garota nos braços quando o encarei. – Não devia tê-la deixado andar. – Eu sabia que havia ressalvas quanto a tocar nela, mas isso era uma situação extrema, porra.— Eu a peguei, senhor! – O soldado abaixou a cabeça logo em seguida, e um olhar severo o atingiu.Odeio mentiras...Mas como se soubesse exatamente o que eu estava pensando, a amiga da minha mulher resolveu abrir sua boca. Ela parecia ter se esquecido de que tinha medo de mim a algum tempo.— Ele diz a verdade. – Eu voltei minha atenção para Ava. Eu nem ao menos tinha notado que
Dominic Lexington O fato de a baby ter me aceitado em um abraço me pareceu uma surpresa, mas quando ela se deixou dormir em meio ao meu abraço, sem qualquer tipo de resistência, eu soube imediatamente que algo estava muito errado com a garota. Ela era meiga, mas difícil, e a falta de qualquer discussão ou vingança me deixou em alerta.Eu ainda estava tentando compreender toda a crise envolvendo agulhas. Baby nunca me disse nada sobre medo de algo do tipo, e a minha mente não conseguia evitar buscar os porquês. Por isso, assim que ela caiu em um sono profundo, envolvida pelo cansaço da noite longa, e por ter andado até aqui, eu a coloquei em um travesseiro confortável. Acho que me perdi alguns minutos entre pensamentos e olhar a minha mulher dormindo com todos aqueles machucados. Soube naquele instante que ela não seria a minha perdição, ela já havia se tornado, porra. E eu nem mesmo sabia quando aquilo aconteceu. Quando eu me envolvi ao ponto de imaginar que a minha vida sem ela seri
Baby Ortiz.Meus olhos ainda pareciam pesar algumas toneladas quando os abri. Eu não conseguia acreditar na visão bem diante deles, então, uma súbita necessidade de tocar a pessoa ao meu lado fez com que eu esticasse o braço a fim de verificar se era mesmo a realidade. Poderia muito bem ser uma miragem, afinal, o Dominic sempre fez questão de que eu nunca o visse dormir na minha cama. Aquele homem sempre entrava no meu quarto a noite e cuidava dos meus pesadelos, e então, antes que eu pudesse acordar a seu lado, ele tinha desaparecido. O gesto sempre me deixou na dúvida se era um sonho ou se realmente acontecera. Até agora.Minhas mãos o acariciaram, e senti como se faíscas de fogo beliscassem meus dedos. Eu ainda estava tão brava com ele. Magoada. Meus olhos brilharam de raiva, muito embora eu não tenha deixado que ele soubesse o quanto o estava odiando naquele momento.Eu sei... Era errado culpá-lo por tudo que aconteceu, no entanto, não havia forma de me convencer que Dominic não f