Ela se virou imediatamente:— Você acordou? Assim que ela se aproximou, o semblante de Orson endureceu completamente. — Levei um susto enorme! Fiquei plantonando no pronto-socorro esses dias, estava uma correria tremenda! Hoje, finalmente consegui um tempo para olhar o celular e vi as notícias sobre você... Achei que tivesse acontecido algo grave! Ainda bem que você está bem. — Enquanto falava, os olhos de Lila ficaram ligeiramente vermelhos, como se tivesse chorado. Orson franziu a testa, claramente irritado. — O que você está fazendo aqui? — Vim te ver, claro. Não tinha ninguém aqui, eu acabei de sair do plantão e estava com sede, então pensei em pegar um copo de água. Mas, pelo visto, você já acordou! Quer água? Posso pegar para você... — Saia. — Antes que Lila pudesse terminar a frase e sentar-se, Orson respondeu de maneira seca e fria. Sua atitude fez Lila congelar no lugar. — Você não entendeu o que eu disse? — A voz de Orson ficou ainda mais cortante. O rosto de Li
Zara caminhou um pouco pelo lado de fora. Quando voltou, Marta já estava do lado de fora do quarto. Mas ela não tinha ido embora. Estava sentada perto da porta, claramente esperando por Zara. Sem escolha, Zara parou e olhou para ela. Marta sorriu. — Tudo bem? Zara assentiu. — Esses dias devem ter sido cansativos para você, cuidando do Orson. — Continuou Marta. — Ele não sossega nem assim, fica trabalhando o tempo todo. Você precisa me ajudar a ficar de olho nele. Zara pensou em dizer que a relação deles não era tão próxima a esse ponto, mas, diante do tom de Marta, apenas assentiu, meio rígida. — Eu sei. — Mesmo que o casamento de vocês não tenha acontecido como esperado, pelo menos isso serviu para vocês enxergarem o que realmente sentem um pelo outro. E isso já me deixa feliz. Marta segurou delicadamente a mão de Zara. — Quero que vocês fiquem bem. Promete? A seriedade em sua voz fez Zara prender a respiração por um instante. O olhar de Marta era firme e since
Mas Lila, ao que parecia, nunca tinha passado por nenhum tipo de treinamento para lidar com situações assim. Quando a mão do homem encostou nela, o rosto dela mudou na hora. Ela girou a cabeça bruscamente e olhou para ele. — O que você pensa que está fazendo?O homem, que inicialmente só queria passar a mão nela para tirar proveito, algo que já era um hábito para ele, ficou surpreso com a reação dela.Ele deu uma risada seca logo em seguida. — O que você está dizendo? Eu fiz alguma coisa?— Eu é que estou perguntando o que você está fazendo! Você me tocou agora! Todo mundo viu! — Lila respondeu com os dentes cerrados.Orson estava conversando com alguém ao lado quando ouviu o tom elevado na voz de Lila. Ele levantou a cabeça para olhar. Os olhos de Lila passaram rapidamente por ele, mas ela logo desviou o olhar. As bordas de seus olhos estavam vermelhas, e ela parecia profundamente ofendida.— Quem te tocou? — O homem perguntou, com o sorriso frio se tornando ainda mais evidente nos
Quando Lila terminou de falar, Orson chegou a ficar surpreso por um momento. — Por que eu deveria te ajudar? — Perguntou ele.— Eu… Você… Você é alguém da alta sociedade, é um homem! — Lila respondeu, com indignação na voz. — Ver uma mulher sendo humilhada e tratada de forma tão injusta, não deveria ser sua obrigação ajudar?Orson curvou os lábios em um sorriso frio, mas seus olhos estavam gelados como o inverno. — Desculpe, mas eu não tenho esse tipo de consciência, e também não pretendo agir assim.— Você… Claro, vocês homens são todos iguais! — Lila disse entre dentes, a raiva transbordando em cada palavra. — Todos da mesma laia!Orson não deu importância à acusação dela. Ele já estava virando para ir embora quando Lila, de repente, o segurou pelo braço.O gesto fez o rosto de Orson escurecer instantaneamente. Sem pensar duas vezes, ele afastou a mão dela com um movimento brusco, sua voz carregada de frieza. — Sai da minha frente.Lila estava furiosa, mas, ao ver o olhar de repul
Zara sabia que, na verdade, Orson só quis trazê-la ali para provar sua inocência, para mostrar que não havia nenhuma mulher o acompanhando naquela noite.Quando chegaram ao camarote, Zara viu que, de fato, só havia homens no local.Zara raramente aparecia em público atualmente. Antes, ela ocasionalmente acompanhava Orson em eventos, mas agora nem isso fazia mais. Sua última aparição pública havia sido no casamento, mas a cerimônia não chegou ao fim, e, por isso, muitas das pessoas presentes ali nunca tinham tido a oportunidade de conversar com ela.Ao vê-la agora, todos começaram a sorrir e imediatamente se aproximaram para cumprimentá-la.— Minha esposa sempre quis conversar com a senhora, Sra. Harris. Esses dias, ela organizou uma festa em casa. Se tiver tempo, adoraria que a senhora comparecesse.— Ouvi dizer que a senhora gosta de pintura, não é? Recentemente, vi uma peça em um leilão que me lembrou muito o seu estilo…Zara odiava esse tipo de cena. Antes, quando trabalhava no Grup
— Que relação poderia haver? Nenhuma, é claro. — Orson respondeu sem hesitar. Mas, depois de alguns segundos, ele pareceu se lembrar de algo. Um sorriso brincou em seus lábios enquanto ele perguntava: — Zarita, você está com ciúmes? Zara não respondeu. Em vez disso, ela apenas puxou sua mão, que estava presa na dele. Orson não se importou. Pelo contrário, o sorriso em seu rosto se aprofundou ainda mais. — Então é isso mesmo. — Afirmou ele. — Não estou. — Zara retrucou, mas sua voz soava visivelmente pouco convincente. Orson não disse mais nada. Ele apenas continuou a olhar para ela, com aquele sorriso provocador nos lábios e um olhar que parecia uma agulha invisível, cutucando pacientemente as defesas de Zara, tentando romper sua fachada. Zara queria ignorá-lo, mas, sob aquele olhar insistente, ela sentiu suas bochechas começarem a corar, pouco a pouco, contra sua vontade. Por fim, ela não conseguiu mais se conter e o encarou. — Por que está me olhando assim? — Por
Antes da chegada do Ano Novo, havia ainda outro evento importante: o aniversário de Orson. Saindo do hospital, Zara hesitou por alguns instantes antes de decidir ir até um shopping próximo. Faltavam poucos dias para o aniversário dele. Não havia mais tempo para encomendar um presente personalizado, então ela só poderia comprar algo pronto. Assim que entrou em uma loja de roupas masculinas, uma vendedora veio atendê-la com entusiasmo. — Sra. Harris, precisa de alguma coisa? Zara, surpresa por ser reconhecida ali, parou por um instante antes de responder: — Só quero dar uma olhada. — É para o Sr. Orson? Que tal isso aqui? Acabamos de receber esses casacos da nova coleção... Zara não tinha ideia do que comprar, mas, de alguma forma, acabou saindo da loja com várias peças, todas escolhidas com a ajuda da vendedora. Ela não pensou duas vezes antes de usar o cartão de Orson para pagar, então não sentiu qualquer peso na consciência. No entanto, ao sair da loja, ela não esper
Enquanto Lilian falava, ela já tinha tirado o celular da bolsa. Emory percebeu e tentou imediatamente arrancá-lo de suas mãos, mas Zara o interrompeu: — Não precisa. A voz de Zara era incrivelmente calma, sua expressão não demonstrava o menor sinal de abalo, o que fez o sorriso provocador de Lilian desaparecer. Até mesmo Emory a observou, surpreso, sem dizer nada. — Tenho coisas para resolver. Vou indo. — Zara disse, sem prolongar a conversa. Em seguida, virou-se e começou a se afastar. Lilian ficou momentaneamente paralisada, mas logo voltou a si e correu atrás dela. — Como assim? Você acha que estou inventando? — Gritou Lilian. — Eu digo a verdade! Eu tenho provas, isso aqui... — Se você diz que é verdade, então deve ser. — Zara a interrompeu, sem alterar a voz. — Mas isso é um assunto entre mim e meu marido. Não acha que está se intrometendo demais? A postura de Zara fez com que Lilian sentisse que todas as suas provocações tinham sido completamente inúteis. A calma