O silêncio tomou conta do carro por um instante depois que Orson encerrou a ligação.
A respeito da aposta que ele havia feito com Zara, era óbvio que ele havia ganhado.
Mas, naquele momento, ele não sentia nem um pingo de satisfação ou alegria. Talvez porque, no fundo, já tivesse previsto esse desfecho.
Desde o momento em que ele viu Percival, Orson soube que, mesmo que Marta não fosse a responsável por tudo aquilo, ela havia escolhido assistir a tudo de maneira impassível.
Era exatamente como quando ele era criança e se metia em brigas com outros garotos. Marta ficava de longe, apenas observando, sem fazer nada para intervir. Só quando alguém separava a briga, ela se aproximava e o levava embora. Logo em seguida, em um canto qualquer, despejava uma garrafa de água fria na cabeça dele e perguntava:
— Você já se acalmou?
Depois, ela dizia:
— Resolver as coisas com violência é a última opção. Só os mais incapazes recorrem a métodos tão primitivos.
Orson sabia que essas pa