Zara não havia contado a Orson em qual hotel estava hospedada. Mas, afinal, aquilo era Cidade N. Ali, provavelmente, não existia nada que ele não pudesse descobrir.
Na manhã seguinte, assim que Zara acordou, ouviu a campainha tocar. Ao abrir a porta, viu Orson parado na entrada, com um sorriso tranquilo no rosto.
— Vamos? Hora de irmos ao cartório.
Ele não estava usando blazer naquele dia, apenas uma camisa branca impecável. O cabelo macio e bem arrumado o fazia parecer, por um instante, com aquele jovem de anos atrás, aquele que Zara costumava observar escondida, de longe.
Mas esse pensamento foi rapidamente descartado. Zara já sabia: aquele Orson do passado era uma ilusão. O Orson que ela achava ter conhecido depois também era uma mentira. O homem diante dela agora, manipulador, implacável e desprovido de escrúpulos, era o verdadeiro Orson.
— Eu já preparei sua roupa. Os documentos, você trouxe tudo, né?
Zara pensou em dizer que não, mas Orson, como se previsse sua tentat