Orson, impaciente, ouviu o som da maçaneta girando e ergueu a cabeça, gritando com firmeza:
— Sumam daqui!
Aquele comando direto fez o silêncio se instalar do lado de fora. Nem mesmo os passos ou murmúrios foram ouvidos. E dentro da sala, Zara também ficou em silêncio.
Ela parecia ter percebido que sua resistência não fazia mais sentido. As mãos, antes pressionadas contra o peito de Orson, caíram suavemente ao lado do corpo. Até as lágrimas que escorriam pelo rosto desapareceram.
Zara deixou o corpo cair para trás, deitando-se lentamente. Seus olhos encararam a luz branca do teto, mas estavam vazios. Não havia nada neles, apenas um abismo de desesperança.
Orson a observou por alguns instantes. Depois, abriu um sorriso.
— Está triste? Ou se sente injustiçada? É isso que você sente por ter que deixá-lo? Está tão difícil assim, Zara?
Ele tentou soar sarcástico, até fez um esforço para que parecesse uma provocação. Mas suas mãos tremiam. Era um tremor que vinha do fundo do pe