Foi justamente por causa daquela frieza que Zara sentiu ainda mais medo. Era a primeira vez que via Orson assim.
Normalmente, quando alguém parte para a violência, é por estar tomado pela raiva. Mas Orson era o completo oposto. Ele parecia absurdamente calmo.
Por um instante, Zara teve a impressão de que, para Orson, Evander não era sequer uma pessoa. Apenas um objeto ao seu dispor, algo que ele segurava nas mãos, sem se importar se viveria ou morreria.
A voz de Orson a arrancou de seus pensamentos. Mas Zara ainda não conseguia reagir.
Orson também não disse mais nada. Apenas lançou-lhe um olhar antes de pegar o próprio celular.
Ao perceber que ele estava prestes a chamar a polícia, Zara não teve escolha a não ser avançar e segurar sua mão.
— Não...
Orson baixou os olhos para ela. Seu olhar permanecia insondável, sem qualquer emoção.
— Leve-o primeiro para o hospital. — Finalmente, Zara conseguiu encontrar sua voz.
Orson não respondeu. Nem se moveu.
Zara esperou por uma reação, mas, co