A Terra Entre Mundos era silêncio — não o silêncio vazio, mas o silêncio cheio de coisas que não falavam, apenas observavam.
Lyria se aproximou da porta suspensa.
Ela estava no ar, sustentada por nada, como se a realidade tivesse decidido que estrutura era opcional ali. Madeira escura, veias douradas pulsando como se fossem vivas, runas antigas gravadas na superfície.
A luz da figura da mãe se aproximou atrás dela sem fazer sombra.
“Você precisa entrar.”
Lyria respirou fundo.
— O que tem do outro lado?
A silhueta respondeu como vento quente:
“Verdade.”
Ela não sabia se queria verdade.
Não agora.
Não assim.
Ainda havia terra nos cabelos da queda, sangue seco nos lábios, o peito preso entre três homens e um destino que não pediu.
Mas a porta pulsou.
Chamando.
— E se eu não estiver pronta?
“Você está.”
“Só não acredita.”
Lyria ergueu a mão.
A porta reagiu antes de ser tocada — abriu-se sozinha, com um som de madeira respirando.
Um ar frio tocou o rosto dela.
E a escuridão do interior n