O deserto não era apenas calor. Era silêncio. Um silêncio que vibrava como um segundo batimento cardíaco — irregular, antigo, e cheio de presságios. Tazriel, a cidade desaparecida no coração do deserto arábico, agora pulsava como uma lembrança viva. Um sopro de passado entre as dunas.
Kieron, Lia e Ezra estavam em silêncio na parte traseira do jipe da Aurora, que os deixaria na fronteira espiritual. A marca do Guardião queimava em Kieron como se reconhecesse o destino à frente. Ele sentia Evelyn. Não como saudade — mas como se ela estivesse pensando nele, agora.
Agnes os havia alertado: Tazriel era o único local entre as Cidades-Memória onde ninguém jamais retornou. Nem os portadores do selo. Nem os ecos.
— Se Evelyn está lá — disse Lia — então é porque a cidade a chama. E vai tentar prender você também.
Kieron assentiu.
Ezra murmurou:
— Tazriel é onde o Deus Esquecido foi sepultado. Não com correntes. Com narrativas falsas. Ele foi esquecido pela força da repetição. Pelas mentiras do