O selo queimava.
Kieron sentia a marca em espiral como uma brasa viva em sua palma. Não era apenas um símbolo: era uma bússola, uma prisão e uma chave, tudo ao mesmo tempo. Desde que deixara o subterrâneo da biblioteca em Vallgard, o mundo parecia menos fixo — como se as bordas da realidade estivessem se desfazendo ao seu redor.
Lia e Ezra o observavam com atenção silenciosa. Nenhum deles ousava falar sobre o que viram. O homem que emergiu daquela torre não era o mesmo que desceu. Algo antigo havia despertado em Kieron. Algo que o próprio Véu reconhecia como autoridade.
— Vallgard não vai durar — ele disse, enfim. — A cidade foi construída com memória roubada. Está se esfarelando.
— E o Primeiro Guardião? — perguntou Lia.
— Sumiu. Ou foi absorvido por algo… maior.
Ezra apertou a venda sobre os olhos. — Senti isso também. Como se ele tivesse se fundido à própria cidade. Um sacrifício ou uma fuga. Mas o que me preocupa é o que ele deixou para trás.
Kieron ergueu o selo na mão.
— Esta ma