Tudo começou com uma ausência.
Na sede da Aurora, Kieron analisava mapas espirituais atualizados pelas Linhas de Véu — correntes energéticas que traçavam a instabilidade entre mundos. Algo estranho surgiu: uma quebra em forma de espiral, no norte da Noruega. Mas o que mais incomodava… era o nome no relatório.
Vallgard.
Uma cidade com 40 mil habitantes, igreja secular, três escolas, uma biblioteca ancestral. Kieron nunca ouvira falar. Ninguém da Aurora tampouco. E no entanto, havia registros: nascimentos, falecimentos, certidões, jornais. Tudo indicava que Vallgard sempre existiu.
Exceto que… ninguém se lembrava dela. Nem mesmo os moradores do país.
— Isso é impossível — murmurou Lia, folheando os arquivos digitais. — Eu rastreei essa área durante o caso de Eidsmere. Não havia nada. Nenhuma cidade.
Ezra, sentado no canto da sala, retirou lentamente a venda dos olhos. Seus olhos vazios se voltaram ao mapa.
— Ela existe… mas não está onde deveria estar.
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Com autorização da Aurora e es