ANA
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Quando coloquei os meus pés em solo espanhol, eu parei e pensei: Esse lugar tem a minha cara.
Mas era só uma forma de eu convencer a mim mesma que eu estava feliz, afinal eu precisava acreditar nisso.
Quando saí da Itália, tentei me apegar ao fato de que aquela decisão estava inteiramente ligada a realidade de ter sido trocada por outra mulher, e que o amor que o Kall sentia por mim era apenas fruto da minha imaginação, foi exatamente isso que me manteve em pé por longos meses.
Mas o Kall não tornou esse período nada fácil pra mim, por alguma razão o meu pai não trocou o número do meu celular, e ele sempre mudava de assunto nas vezes que questionei o motivo, mas no fundo eu sabia que era só mais uma forma de fazer eu me entender com o Kall.
Meu pai gostava dele, ele idealizou um relacionamento entre a gente, e embora ele dissesse que estava do meu lado, eu sabia realmente o que ele queria, ele não sabia mentir pra mim.
O meu celular já acumulava centenas de mensagens do Kall,